sábado, 4 de junho de 2011

PSORÍASE, CALÁZIO e SÍNDROME DE FANCONI

PSORÍASE

O que é:
Doença inflamatória da pele, benigna, crônica, relacionada à transmissão genética e que necessita de fatores desencadeantes para o seu aparecimento ou piora (principalmente no inverno). Afeta 1 a 2% da população mundial. Acomete igualmente homens e mulheres, embora o início seja mais precoce nas mulheres. Existem dois picos de idade de prevalência: antes dos 30 e após os 50 anos. E, em 15% dos casos, surge antes dos dez anos de idade.




Sintomas:
A psoríase caracteriza-se por manchas salientes e avermelhadas na pele com escamas cinza chamadas de placas. Essas placas podem aparecer em qualquer lugar do corpo. Entretanto, ocorrem com mais frequência no couro cabeludo, na região lombar e nos cotovelos, joelhos e articulações dos dedos. Quando a psoríase afeta as unhas, ela causa rugas e nódoas amarronzadas e, às vezes, pode quebrá-las ou descolá-las. As áreas genitais também podem ser afetadas. As manchas no couro cabeludo formam grandes escamas branco-acinzentadas no contorno do cabelo, que se assemelham à caspa. As manchas encontradas em áreas úmidas, como as axilas, geralmente não são tão escamosas. Todas as manchas podem coçar. Geralmente, a psoríase não causa complicações sérias. Às vezes, entretanto, a doença se torna tão grave, que pode causar calafrios, vermelhidão dolorosa da pele, rachadura da pele ao redor das articulações e formação de grandes áreas de pele descamada. A psoríase esfoliativa, pode precisar de internação para terapia intensiva.

Diagnóstico:
É iminentemente clínico, em virtude da morfologia e distribuição das lesões. O raspado de cureta pode auxiliar o diagnóstico, pois pode fornecer os seguintes sinais clínicos: sinal da vela (os fragmentos obtidos pela curetagem das escamas assemelham-se aos obtidos pela raspagem de uma vela) e o sinal de Auspitz (a remoção total das escames revela pequenos pontos de sangramento na superfície da lesão).A psoríase apresenta também o fenômeno isomórfico de Koebner, que consiste no surgimento de lesões clássicas de psoríase nas áreas da pele expostas a traumatismos, tais como cicatrizes, escoriações e queimaduras.

Tratamento:
Casos leves e moderados (cerca de 80%) podem ser controlados com o uso de medicação local, hidratação da pele e exposição ao sol. Para quem não tem tempo para exposições diárias ao sol, são preconizados banhos de ultravioleta A e B em clínicas especializadas e sob rigorosa orientação médica. Esses banhos não são recomendados para crianças. Algumas pomadas à base de alcatrão já provaram sua eficácia no controle da doença, mas têm o inconveniente de sujarem a roupa de vestir e de cama e de terem cheiro forte, parecido com o da creolina. Medicamentos por via oral só são introduzidos nos casos mais graves de psoríase refratária a outros tratamentos.

Nos últimos anos, surgiu uma nova categoria de medicamentos para o tratamento da psoríase, com ou sem artrite: os medicamentos biológicos. Trata-se de anticorpos que reagem com substâncias, células e/ou receptores de células que participam do aparecimento e da manutenção das lesões de psoríase. Até o momento, eles são de uso injetável (subcutâneo ou intravenoso). O tratamento dura alguns meses, as injeções podem ser de desde duas vezes por semana até de 6 em 6 semanas. A resposta é em geral rápida com desaparecimento da artrite e das lesões de pele.

Para o tratamento sistêmico podem ser utilizados:
Retinóides Orais (Etretinato e Acitretin): Têm bons resultados, mas são teratogênicos e possuem muito efeitos colaterais.
Metotrexato: Um dos mais efetivos em psoríase extensa e grave. Devem-se excluir pacientes com hepatopatias, hematopatias, e deve ser usado em pacientes internados.
PUVA: administra-se uma droga fotossensibilizante (8-metoxipsoraleno) e expõe-se o paciente ao ultravioleta de ondas longas. Aumenta o risco de carcinogênese. Pode ser associado com retinóides orais.
Ciclosporina: Somente em casos graves e com paciente internado.



CALÁZIO

O QUE É:
O calázio é provocado pela obstrução do canal excretor de qualquer das glândulas de Meibomius localizadas na espessura das pálpebras, cujas secreções contribuem para a lubrificação da extremidade das mesmas. Esta obstrução, de origem ainda desconhecida, provoca a acumulação das secreções no interior da glândula afetada, o que leva à formação de um nódulo que, tanto pode sobressair na face exterior da pálpebra (calázio externo), como desenvolver-se na face interna (calázio interno) ou crescer sobre a extremidade livre (calázio marginal).

SINTOMAS:
A forma crônica, estéril (não infectada) do calázio, apresenta-se como um nódulo arredondado, localizado, que faz protrusão na pele, não doloroso. Pode localizar-se nas pálpebras inferiores ou superiores, apresentando consistência firme. Calázios múltiplos não são incomuns. Ocasionalmente podem causar sensação de corpo estranho. Calázios agudos ou hordéolos (infectados) apresentam-se como nódulos edemaciados, dolorosos.

DIAGNÓSTICO:
O diagnóstico é feito por meio da história e exame físico realizado por um médico. Também pode ser realizada a cultura do exsudato do calázio.

TRATAMENTO:
Calázios agudos geralmente respondem bem ao tratamento com compressas quentes e aplicação de antibióticos na forma de colírio e ou pomada. A associação antibiótico/cortisona é também usada. Uma boa higiene das pálpebras é importante, especialmente em casos de seborreia ou disfunção das glândulas meibominianas. O uso de xampu infantil diluído em água é de grande ajuda na higiene palpebral. Calázios que não respondem ao tratamento clínico podem requerer excisão cirúrgica (incisão e drenagem), que é um procedimento simples, realizado a nível ambulatorial, sob anestesia local.



SÍNDROME DE FANCONI

O QUE É:

Distúrbio raro da função excretora renal, sem cura e que leva ao acúmulo de quantidades excessivas de glicose, de bicarbonato, de fosfatos e de determinados aminoácidos na urina. A síndrome de Fanconi pode ser hereditária como também pode ser causada pela ingestão de metais pesados ou de outros agentes químicos, como o uso da tetraciclina com data de validade ultrapassada. A deficiência de vitamina D, o transplante de rim, o mieloma múltiplo ou a amiloidose, podem ser estar também envolvidos na origem desta síndrome.
SINTOMAS:
Na síndrome de Fanconi hereditária, os sintomas normalmente iniciam durante a infância, com fraqueza e dor óssea além da notória diurese excessiva.

DIAGNÓSTICO:
Pode ser feito somando-se os sintomas a um exame de sangue que revela acidez elevada do sangue e urina com concentrações elevadas de glicose, fosfato, bicarbonato, ácido úrico, potássio e sódio.

TRATAMENTO:
Visa neutralizar a acidose do sangue com a utilização do bicarbonato de sódio, a suplementação oral de potássio pode ser necessária, assim como a suplementação de fosfato e de vitamina D.

POSTADO POR : SANDRO

REFERÊNCIAS:

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