sexta-feira, 3 de junho de 2011

AUTISMO


Autismo é uma desordem na qual uma criança jovem não pode desenvolver relações sociais normais, se comporta de modo compulsivo e ritualista, e geralmente não desenvolve inteligência normal.

O autismo é uma patologia diferente do retardo mental ou da lesão cerebral, embora algumas crianças com autismo também tenham essas doenças.
Sinais de autismo normalmente aparecem no primeiro ano de vida e sempre antes dos três anos de idade. A desordem é duas a quatro vezes mais comum em meninos do que em meninas.

CAUSAS

A causa do autismo não é conhecida. Estudos de gêmeos idênticos indicam que a desordem pode ser, em parte, genética, porque tende a acontecer em ambos os gêmeos se acontecer em um. Embora a maioria dos casos não tenha nenhuma causa óbvia, alguns podem estar relacionados a uma infecção viral (por exemplo, rubéola congênita ou doença de inclusão citomegálica), fenilcetonúria (uma deficiência herdada de enzima), ou a síndrome do X frágil (uma dosagem cromossômica).

SINTOMAS E DIAGNÓSTICO

Uma criança autista prefere estar só, não forma relações pessoais íntimas, não abraça, evita contato de olho, resiste às mudanças, é excessivamente presa a objetos familiares e repete continuamente certos atos e rituais. A criança pode começar a falar depois de outras crianças da mesma idade, pode usar o idioma de um modo estranho, ou pode não conseguir - por não poder ou não querer - falar nada. Quando falamos com a criança, ela freqüentemente tem dificuldade em entender o que foi dito. Ela pode repetir as palavras que são ditas a ela (ecolalia) e inverter o uso normal de pronomes, principalmente usando o tu em vez de eu ou mim ao se referir a si própria.

Sintomas de autismo em uma criança levam o médico ao diagnóstico, que é feito através da observação. Embora nenhum teste específico para autismo esteja disponível, o médico pode executar certos testes para procurar outras causas de desordem cerebral.

A maioria das crianças autistas tem desempenho intelectual desigual, assim, testar a inteligência não é uma tarefa simples. Pode ser necessário repetir os testes várias vezes. Crianças autistas normalmente se saem melhor nos itens de desempenho (habilidades motoras e espaciais) do que nos itens verbais durante testes padrão de Q.I. Acredita-se que aproximadamente 70 por cento das crianças com autismo têm algum grau de retardamento mental (Q.I. menor do que 70).

Entre 20 e 40 por cento das crianças autistas, especialmente aquelas com um Q.I. abaixo de 50, começam a ter convulsões antes da adolescência. Algumas crianças autistas apresentam aumento dos ventrículos cerebrais que podem ser vistos na tomografia cerebral computadorizada. Em adultos com autismo, as imagens da ressonância magnética podem mostrar anormalidades cerebrais adicionais. Uma variante do autismo, às vezes chamada de desordem desenvolvimental pervasiva de início na infância ou autismo atípico, pode ter início mais tardio, até os 12 anos de idade. 

Assim como a criança com autismo de início precoce, a criança com autismo atípico não desenvolve relacionamentos sociais normais e freqüentemente apresenta maneirismos bizarros e padrões anormais de fala. Essas crianças também podem ter síndrome de Tourette, doença obsessivo-compulsiva ou hiperatividade. Assim, pode ser muito difícil para o médico diferenciar entre essas condições.

PROGNÓSTICO E TRATAMENTO


Os sintomas de autismo geralmente persistem ao longo de toda a vida.Muitos especialistas acreditam que o prognóstico é fortemente relacionado a quanto idioma utilizável a criança adquiriu até os sete anos de idade. Crianças autistas com inteligência subnormal - por exemplo, aquelas com Q.I. abaixo de 50 em testes padrão - provavelmente irão precisar de cuidado institucional em tempo integral quando adultos.

Crianças autistas na faixa de Q.I. próximo ao normal ou mais alto, freqüentemente se beneficiam de psicoterapia e educação especial. Fonoterapia é iniciada precocemente bem como a terapia ocupacional e a fisioterapia.

A linguagem dos sinais às vezes é utilizada para a comunicação com crianças mudas, embora seus benefícios sejam desconhecidos. Terapia comportamental pode ajudar crianças severamente autistas a se controlarem em casa e na escola. Essa terapia é útil quando uma criança autista testar a paciência de até mesmo os pais mais amorosos e os professores mais dedicados.

FÁRMACOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO

Esta seção fornecerá uma visão geral sobre as grandes categorias de fármacos comumente utilizados no tratamento de crianças e adultos com autismo e condições relacionadas. Os antipsicóticos atípicos (AAPs) são um grupo de fármacos originalmente desenvolvidos para tratar psicose. O grupo inclui compostos que foram introduzidos no mercado nos dez últimos anos como alternativas mais seguras e mais bem toleradas do que os antipsicóticos “típicos” existentes. Os medicamentos nesse grupo incluem a clozapina, a risperidona, a lanzapina, a quetiapina, a ziprazidona e o aripiprazol.

Esses compostos são amplamente utilizados no autismo e outros TIDs para tratar graves comportamentos mal-adaptativos e substituíram em grande parte os antipsicóticos tradicionais (típicos), como o haloperidol e a clorpromazina. Os sintomas-alvo para farmacoterapia com AAP geralmente incluem agressão, automutilação, destruição de propriedade ou crise de ira. O ímpeto para estudar esses agentes em TIDs derivou principalmente das pesquisas com haloperidol, realizadas pelo grupo de Magda Campbell, em Nova York.

Os AAPs, no entanto, oferecem vantagens particulares em relação aos antipsicóticos típicos representados pelo haloperidol. Os AAPs têm menor risco de induzir efeitos colaterais neurológicos de curto prazo, como Parkinsonismo, e talvez discinesia tardia (DT) no longo prazo. Além disso, já que tem sido relatado que os compostos mais recentes melhoram os sintomas “negativos” da esquizofrenia (abulia, afeto embotado), há interesse na noção de que isso pode ser relevante para o retraimento social e a falta de interação espontânea no autismo. 

O fato de que os AAPs sejam também eficazes para o tratamento de tiques com magnitude similar de efeito comparado a um antipsicótico típico de alta potência também sugere que os AAPs podem ser benéficos no tratamento das estereotipias  associadas aos TIDs. A ocorrência reduzida de discinesias e a suposta melhora nos sintomas negativos da esquizofrenia pode ser relacionada à ação gradual da hidroxitriptamina (5-HT) para bloquear o receptor de dopamina (DA).

Alternativamente, tem sido sugerido que os AAPs não se vinculam tão fortemente aos receptores pós-sinápticos dopaminérgicos, permitindo que eles sejam deslocados pela dopamina endógena no estriado. Até hoje, a clozapina, a isperidona, a olanzapina, a quetiapina, a ziprazidona e o aripiprazol têm sido examinados no tratamento do autismo e de outros TIDs, embora com níveis variados de suporte empírico. Dados recentes sugerem que a risperidona está emergindo como o tratamento padrão para agressão, acessos de ira e automutilação em crianças, adolescentes e adultos com TIDs.

LISTA DE CHECAGEM DO AUTISMO


A lista serve como orientação para o diagnóstico. Como regra os indivíduos com autismo apresentam pelo menos 50% das características relacionadas. Os sintomas podem variar de intensidade ou com a idade.
 

Dificuldade em juntar-se com outras pessoas,

Insistência com gestos idênticos, resistência a mudar de rotina,

Risos e sorrisos inapropriados,
Não temer os perigos,

Pouco contato visual,

Pequena resposta aos métodos normais de ensino,
Brinquedos muitas vezes interrompidos,

Aparente insensibilidade à dor,
Ecolalia (repetição de palavras ou frases),

Preferência por estar só; conduta reservada,

Pode não querer abraços de carinho ou pode aconchegar-se carinhosamente,

Faz girar os objetos,

Hiper ou hipo atividade física,

Aparenta angústia sem razão aparente,

Não responde às ordens verbais; atua como se fosse surdo,

Apego inapropriado a objetos,
Habilidades motoras e atividades motoras finas desiguais, e

Dificuldade em expressar suas necessidades; emprega gestos ou sinais para os objetos em vez de usar palavras.

Postado por: Victor de Santana Pereira


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